Meu café da manhã... bem, eu não tomava café da manhã. Um péssimo hábito.
Após me vestir sentia que o calor do sol ainda permanecia em meu corpo, como uma manta fina e fofa. Nada se compara ao Sol.
O trajeto até a sala era cansativo. Minha preguiça desafiava qualquer tese científica. Eu mais parecia um zumbi do que um humano. Na sala ficava uma estante cheia de livros. Meu livros. Coisas da escola. Arrumada a minha mala eu tomava um copo de água, escovava os dentes e... uma missão impossível, acordar Matheus. Uma pedra era mais ativa que ele. Com 20 anos parecia que tinha 90!
O retorno até o corredor me trazia pensamentos acelerados. "Anda, você esta atrasada, corre, você vai perder o ônibus"....Credo! Parecia bipolar, falando sozinha!
-Matheus. Acorda!
(...roncos...)
-Ei! Já são 6:45! MATHEUS!!!!!
Retornei ao meu quarto, havia esquecido celular. Tratei de pegar os fones de ouvido, e saí correndo. Atravessei o corredor, a sala, abri e fechei a porta. Novamente o Sol dava-me BOM DIA, são duas palavras que toda pessoa quer ouvir de manhã. Além de reconfortar, traz paz e segurança.
O jardim a minha frente era minúsculo, mas minha mãe tinha um zelo imenso com as samambaias. Samambaias verdes, vistosas, estufadas e molhadas pelo orvalho frio, que davam-lhes o aspecto de quase vivas. Até mais vivas do que eu.
Toda essa correria custava-me energia. Claro que 89 passos não são uma maratona, mas acordar já é um grande esforço.