segunda-feira, 11 de julho de 2011

Capítulo 23 - Fantasminha camarada

Coloquei o telefone no cancho. Finalmente! Que puxação de saco, mas consegui! Agora eu tinha que contatar Fabi! Eu tinha que sair da casa da Sra. Susan Murage, claro que com muita educação.

- Muito obrigada Su. Su? Susan?

Fiquei alarmada. Ela não estava ao alcance da minha voz, bem, ela era meio surda. Procurei-a com o olhar pela sala. Ninguém nas escadas. Levantei gentilmente da poltrona.

- Su? Você esta aí?

Ninguém. Ela evaporou?

Credo, essa situação me deixou ofegante. Meu coração palpitava loucamente. Susan tinha princípio de Alzheimer, mas ainda nada grave. Mesmo assim, isso me preocupava.

- Su?

Na casa ela aparentemente não estava, cruzei a cozinha em direção à porta de vidro dos fundos. Trancada. Eu estava me sentindo um pouco claustrofóbica nesta situação. Pressa numa casa estranha. Mesmo sendo a da Su, à que eu estava familiarizada. Mas, mesmo assim, não era “a minha casa”.

Dei o último grito, agora de agonia:

- Suuuuu?

Me dirige à sala de estar.

Sinto uma presença. Era Su? Não, era uma presença masculina. O que era? Essa dúvida corroía-me. Não queria olhar pra trás.

- Ana?

Relutei em olhar. Era um espírito? Uma aparição? Assombração?

- Ana? Você esta bem?

Virei lentamente o rosto.




Capítulo 22 - Malufinha

-Você queria... o quê?

-Ah! Pai, eu...

-Fala menina – exaltando a voz com firmeza – o que foi?

-É que hoje... hoje tem uma festinha...sabe...

-Festinha? Sei...

-É, uma festinha...

-Aonde?

-Na casa da Mariana.

-Qual Mariana?

-Boldjer!

-Quem?

-Ela é lá da escola! - eu precisava apelar- Vai pai, por favor!

-Ana! Que horas vai terminar essa festa?

-Ah! Cedinho cedinho!

-“Cedinho”! – odeio quando ele imita a minha voz – Você acha que eu sou bobo! Eu sei que quando a festa acabar você vai me ligar “ô pai, vem me buscar?”. Eu não caio mais nessa!

-Não paizinho. Eu vou dormir na casa da Fabi.

-Da Fabi?

-É! Você sabe que ela é responsável – que mentira... - , vai pai! Eu não tirei nenhuma nota baixa esse bimestre! Vai, por favor?

-Tá bom.

-Obrigada pai!!!

-Você vai ligar quando a festa acabar! E quero o telefone da casa dela e do celular dela, tá! E você vai ligar quando chegar na casa dela, e quando estiver voltando pra casa também! Ok?

-Claro pai! Eu ligo, eu ligo!

-A gente se fala em casa, tá anjinho!

-Tá pai! Tchau e Bjus papi!!!

-Bjus bebê!